sábado, 22 de fevereiro de 2014

O Ateneu de Raul Pompéia


O Ateneu – Crônicas de Saudades                                                                                                


"Sérgio tem 11 anos e ingressa no famoso colégio Ateneu onde irá estudar. Lá ele irá crescer rapidamente por conta de tudo que irá passar, enfrentado principalmente o diretor temido e disciplinador do Ateneu: Aristarco. Sérgio irá conviver com a indiferença, os castigos brutais, a descoberta da sexualidade, o valor da amizade e questionar o sentido e a forma que a aprendizagem se dá no Brasil no século passado, e que até hoje pouco evoluiu. O Ateneu de Raul Pompéia, um dos livros mais importantes da literatura brasileira foi adaptado e concebido no teatro para ser um espetáculo expressionista, quase sob a forma de diversos clipes e recortes e com uma trilha sonora regada a rock.
Trata-se de uma narrativa na primeira pessoa, com alguns atores personificando os pensamentos e as lembranças de Sérgio. O personagem Sérgio, conta sobre seu tempo de aluno interno no Colégio Ateneu. A ação do espetáculo transcorre no ambiente da memória de Sérgio sobre o tempo em que passou no internato, onde convivem crianças, adolescentes, professores e empregados. É dado o início do romance, com o pai de Sérgio advertindo "Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu Coragem para a luta", Dr. Aristarco é o diretor do colégio. Figura soberba e cheia de empáfia.
Sérgio vai narrando as decepções, os medos, as dúvidas, a rígida disciplina, as amizades, os acontecimentos em torno da própria sexualidade, as questões nem sempre respondidas. O romance é um diário de um internato: as aulas, a sala de estudos, as aventuras nos banhos de  tanque, as leituras, o recreio, o que acontecia nos dormitórios, no refeitório as disputas. O mundo da escola é sempre visto e retratado a partir da perspectiva particular de Sérgio.
Desse modo, a instituição, os colegas, os professores e o diretor Aristarco são representados em função de certa ótica, claramente caricatural, em que os erros, hipocrisias e ambições são projetados e realçados. Misturando alegria e tristezas, decepções e entusiasmos, Sérgio, pacientemente reconstrói, por meio da memória, a adolescência vivida e perdida entre as paredes do famoso internato. A obra acaba com o incêndio do Ateneu pelo estudante Américo. No incêndio o diretor fica perdido, estático com o que está acontecendo com seu patrimônio e naquele mesmo dia é abandonado pela esposa".